Acupuntura para Indução do Parto
- Ândrya Nayane

- 20 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de jun.
O parto é o grande primeiro momento de passagem de uma pessoa: a passagem de um mundo protegido- o uterino- para o mundo exterior, com todos os estímulos e novidades.
É uma experiência que tem um grau de ansiedade e angústia pois é um convite ao novo e desconhecido. A compreensão desses aspectos emocionais ajuda a percorrer esse caminho com mais consciência.

O parto normal
O parto normal pode ser longo, mas esse processo libera um hormônio chamado ocitocina que estimula a contração uterina e a descida do leite. Esse hormônio também é conhecido como o hormônio do amor que estimula o sentimento materno, bem-estar e alivia a ansiedade. Se por alguma razão não é possível o parto normal, a ocitocina também é produzida durante a amamentação e no contato físico com o bebê (colo, carinho, acolhimento).
Cesárea
O Brasil é um dos países com maior índice de cesarianas 86% na rede privada, o segundo maior do mundo. Esse procedimento é indicado quando o parto normal não é possível ou é perigoso para a mãe ou bebê. Por um lado, é cesárea demais para quem não precisa dela e, por outro, falta cesárea, ou opção de cesárea, para quem realmente tem uma indicação.
Cesárea também não significa ausência de dor, após o efeito da anestesia é possível sentir dor mesmo com o uso dos analgésicos.
Quando a cesárea é indicada?
Tendo em vista os desfechos associados à cesariana, é importante que a indicação clínica esteja baseada em evidências científicas, considerando situações nas quais os benefícios da cirurgia superam os possíveis riscos. Algumas indicações de cesárea são:
prolapso de cordão, com dilatação não completa: é uma complicação rara, que ocorre quando o cordão umbilical exterioriza-se pelo colo uterino antes da cabeça do feto – trata-se de uma emergência obstétrica, pois o bebê pode comprimir o cordão umbilical comprometendo o aporte sanguíneo;
descolamento prematuro da placenta: quando a placenta se desprende da parede interna do útero antes do parto – pode acontecer em decorrência de síndromes hipertensivas, trauma ou não ter uma causa definida.
placenta prévia parcial ou total: condição na qual a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero;
apresentação córmica durante o trabalho de parto: a situação transversa ocorre em menos de 1% das gestações – lembrando que até a 37ª semana pode ser tentada a versão externa;
ruptura de vasa prévia: condição em que os vasos umbilicais cruzam o segmento inferior uterino, colocando-se na frente do feto;
herpes genital com lesão ativa no momento do trabalho de parto;
desproporção céfalo-pélvica, sendo que o diagnóstico só pode ser realizado durante a fase ativa do trabalho de parto e depois de várias horas – lembrando que não há nenhum método capaz de predizer a desproporção antes do trabalho de parto, como pelvimetria clínica, raio x ou ultrassom;
frequência cardíaca fetal não tranquilizadora (ou sofrimento fetal agudo): antes da cesárea, devem ser realizadas manobras de ressuscitação intra útero;
falha na progressão do trabalho de parto, após tentativa de outras medidas (como correção da hipoatividade uterina com ocitocina e ruptura artificial das membranas). No caso de cesáreas anteriores, o parto vaginal deve ser tentado, pois apresenta uma taxa de sucesso de 70% e baixa incidência de ruptura uterina. Em gestações gemelares, o parto vaginal é recomendado quando o primeiro gemelar se encontrar em apresentação cefálica, independentemente do segundo gemelar. A cesariana é preferível quando o primeiro gemelar não for cefálico, e nas gestações gemelares com estimativa de peso baixa e nas com mais de dois fetos. Já para fetos em apresentação pélvica, além da versão cefálica externa até a 37ª semana de gestação, é recomendado levar em consideração o desejo da mãe e a experiência da equipe para a decisão da via de parto.
Como a acupuntura pode ajudar no parto normal?
Acupuntura pode ser uma das formas para estimular as contrações e o parto normal desde que a gestante não possua riscos associados a ele. O estímulo pode ser iniciado a partir da 39° semana conforme evolução e orientação do (a) obstetra.
Os pontos podem ser estimulados com agulhas, moxas, eletroacupuntura. Esses estímulos são seguros para a gestante e bebê e podem ser aplicados na perna, braços e região lombosacra. Os estímulos devem ser confortáveis para a gestante.
Não se aplica agulhas e eletroacupuntura na região do ventre.




Comentários